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domingo, 30 de maio de 2010

ÉDIPO - O COMPLEXO DO QUAL NENHUMA CRIANÇA ESCAPA

Significação e Relação do Édipo com a Psicologia Jurídica

Quando um casal se envolve criam fantasias. Muitas delas acabam sendo como uma estória contada pelo apaixonado, quando este vê o mundo como se diria “cor de rosa”, idealizando seu parceiro. O psicólogo/psicanalista é o mediador que possibilita que o sujeito perceba sua subjetividade. Promovendo assim sua reconstrução frente à vida, para que ele veja saídas nele próprio e não no “outro”. O sujeito deve buscar soluções e ou uma amenização para seus conflitos de uma forma singular.

No âmbito jurídico em questões relacionadas à ruptura do vínculo conjugal, o psicólogo/psicanalista entra em cena para uma mediação. Nesta, ele aborda problemas que o casal está enfrentando e busca juntamente com os mesmos, soluções e ou formas de amenizar os problemas, levando assim os cônjuges a uma reflexão se realmente há ou não compatibilidade entre eles. Quando envolve filhos, há uma maior preocupação, porque o desgaste emocional gerado pela separação dos tão “perfeitos pais” na criança pode ser grande, acarretando problemas no psiquismo desta criança.

Essa “perfeição” dos pais pode ter haver com o Complexo de Édipo. O complexo se baseia na sexualidade da criança. A mesma nutre sentimentos incestuosos pelo pai ou mãe. Por exemplo, se “você” for menina, este sentimento é direcionado ao pai, ou seja, ela quer tomar o lugar da sua mãe. Isto no caso de uma separação pode incentivar a criança à ter desejo de ficar mais com um do que com o outro.

A Conflitiva Edípica deve transcorrer de forma saudável, para que a criança estabeleça sua sexualidade de forma o mais natural possível. E nestes casos de separação, deve haver um cuidado maior para que não se permita que a criança crie uma fantasia de culpa, assim temendo retaliações contra ela.

A Psicanálise auxilia para que bom desenvolvimento psíquico, social e moral da criança ocorram. Alguns “adultos” usam de seus filhos como armas contra o seu “tão novo odiado ex-cônjuge”. Para ferir/punir o outro indivíduo que por razões afetivas e não econômicas gostaria de ficar com seu filho próximo.

Separação pode gerar conflitos psíquicos e emocionais nos filhos. Mas é necessário que este pai ou esta mãe acompanhe o desenvolvimento desta criança para que a mesma possa se espelhar e
tê-los como modelo.


Resumo sobre o Édipo e suas etapas para menina e menino.

Complexo de Édipo foi tomado por Freud para explicar uma de suas teorias. Resumindo o Édipo vem da mitologia grega, este na vida adulta mata seu pai e casa-se com sua mãe sem saber. A Conflitiva Edípica acontece entre os 3,4 anos de idade e cessa após concluído ainda na infância (criança aprende a canalizar seus impulsos sexuais), mas retorna na adolescência. A Conflitiva leva a formação do supereu. Nasio aponta que Freud tentou explicar sua teoria por esta via apontando o amor da criança pela mãe e o desejo de morte do pai.

O primeiro passo do Édipo do menino já é voltado com fantasias e desejos incestuosos para a mãe. O menino prossegue seu Édipo querendo possuir e ser possuído por esta mãe. Já com o pai este menino desenvolve um sentimento de rivalidade, porque na cabeça desta criança ele estaria disputando sua mãe com seu pai.
Como a menina ele também crê que todos detêm o tão “precioso” Falo. Mas, descobre que sua mãe não o detêm. Não sabendo e tendo medo da castração, ele abre mão de sua amada mãe para conservar seu amado Falo. Na sua adolescência tem seus desejos e fantasias voltados para as garotas, neste processo normalmente ele já tem desenvolvida sua identidade sexual.

O Édipo na menina é um pouco mais complicado já que a menina passa por um pré-Édipo que é direcionado para a mãe. Do mesmo modo que menino ela tem desejos incestuosos e fantasias edipianas, neste período ela tem o desejo de possui a mãe. Mas, após a menina descobrir que sua mãe não detém o Falo e lhe negou o direito ao mesmo, ela o abandona (em sentido figurado) e parte para o seu Édipo, o pai.
Agora que ela foca em seu pai, deseja que o pai lhe de o Falo e deseja ser possuída por ele. Mas, neste processo o pai a recusa (adquire características do pai), neste momento ela inveja o Falo e quer se este Falo. Neste período ela se volta para a mãe, se inicia uma fase de identificação e começa a adquirir características femininas. Na adolescência essa menina ira descobrir sua sexualidade e irá querer um garoto, para futuramente constituir família. A garota agora incorpora seu pai e se abre para seu amado homem.


Glossário

Os verbetes aplicados no glossário partem do conceito psicanalítico. Ressaltando que as fantasias que acomete a criança são todas de forma inconsciente. Este despertar da fantasia pode ser notado através da mostra dos sentimentos, na sua fala etc. E para que equívocos não ocorram, devemos esclarecer que essa Conflitiva Edípica nada tem á ver com a banalização da sexualidade ou qualquer outro conceito puramente sexual envolvido.

Édipo: Para a psicanálise, o Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de quatro anos que, absorvida por um desejo sexual incontrolável, tem de aprender a limitar, aos limites de sua consciência nascente, aos limites de seu medo e, finalmente, aos limites de uma lei tácita que lhe ordena que pare de tomar seus pais por objetos sexuais.
(NASIO, 2007, p. 12).

Castração: conjunto das conseqüências subjetivas, principalmente inconscientes, determinadas pela ameaça de castração (Anquetil; Balbo et al, 2002. p. 30) . Para o Édipo psicanalítico, é muito mais que perder um órgão, é perder o poder, o suposto poder que este órgão lhe confere no caso o pênis.

Desejo Incestuoso: o desejo incestuoso é um desejo virtual, nunca saciado, cujo objeto é um dos pais e cujo objetivo seria alcançar não o prazer físico, mas o gozo. (NASIO, 2007, p. 25).

Édipo Invertido: é a atração sexual de uma criança pelo pai do mesmo sexo. (NASIO, 2007, p. 76).

Fantasia/Fantasma: para Freud, representação, argumento imaginário, consciente (devaneio), pré-consciente ou inconsciente, implicando um ou vários personagens, que coloca em cena um desejo, que forma mais ou menos disfarçada. O fantasma é, ao mesmo tempo, efeito do desejo arcaico inconsciente e matriz dos desejos atuais, conscientes e inconscientes. (Anquetil; Balbo et al, 2002. p.70).

Falo: o Falo não é o pênis enquanto órgão. O Falo é um pênis fantasiado, idealizado, símbolo da onipotência e de seu avesso, a vulnerabilidade. (NASIO, 2007, p. 22).

Histeria: é um desejo sexual infantil vivido na cabeça de um adulto e cujo objetivo não é um homem ou uma mulher, mas uma criatura forte ou fraca. O histérico vive seu parceiro não como um homem ou uma mulher, mas como uma criatura castrada e onipotente. (NASIO, 2007, p. 118).

Neurose: é o modo de defesa contra a castração, pela fixação em um argumento edípico. (Anquetil; Balbo et al, 2002. p. 140).

Pulsão: Na teoria analítica, energia fundamental do sujeito, força necessária ao seu funcionamento, exercida em sua maior profundidade. (Anquetil; Balbo et al, 2002. p. 177). Ou seja, é a origem da energia psíquica que se acumula no interior do ser humano, gerando uma tensão que exige ser descarregada. Então imagine que a chave de luz é o estimulo, a fiação é a pulsão, e que a lâmpada é o psiquismo onde são criadas e armazenadas nossas marcas.

Recalque: processo de afastamento das pulsões às quais é rejeitado o acesso à consciência. (Anquetil; Balbo et al, 2002. p. 185) Ele funciona como se fosse uma barreira. Esta por sua vez como qualquer outra coisa no mundo não é 100%, então quando ocorre um “rompimento nesta barreira” acontecem os incestos, assassinatos, atos violentos consecutivos em geral etc.

Supereu: Instância de nossa personalidade psíquica, cujo papel é de julgar o eu. (Anquetil; Balbo et al, 2002. p. 210). Ele eclode na consciência, sob forma da moral, como um conjunto de interdições e deveres, por meio da educação, pela produção do “eu ideal”, ou seja, em uma pessoa boa e virtuosa.

Referências

NASIO, Juan David. Édipo: o complexo do qual nenhuma criança escapa. Zahar: Rio de Janeiro, 2007.

ANQUETIL, Nicole; BALBO, Gabriel et al. Dicionário de Psicanálise. 2. ed. Porto Alegre, 2002.

ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Zahar: Rio de Janeiro, 1998.


Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU
PSI23 – Teorias e Técnicas Psicanalíticas
Profª. Juçara Clemens
Acadêmicas: Jessica Paulo, Luciana Setter

terça-feira, 11 de maio de 2010

Psicologia Jurídica: história, ramificações e áreas de atuação

http://www.ufpi.br/parnaiba/revista/ed2ano1/Revista_Diversa__artigo_Liene_Leal_
Psicologia jurídica: história, ramificações e áreas de atuação.

Neste site podemos encontrar o material produzido por Liene Martha Leal, mestre em Psicologia da Universidade de Fortaleza e professora da UFPI. Trata das questões históricas ligadas a psicologia jurídica, focando também as áreas de atuação e as divisões deste tema. Mostra a importância dessa profissão citando exemplos onde um psicólogo jurídico poderia auxiliar a situação. Um bom site, com elementos muito importantes para o conhecimento do assunto.

Atualidade da Psicologia Jurídica

http://www.scribd.com/doc/2519940/Atualidade-da-psicologia-juridica
Atualidade da psicologia jurídica

Neste site encontramos o trabalho realizado por Sônia Altoé representante do Instituto de Psicologia da UERJ. Conteúdo bastante extenso que explica a origem da Psicologia Jurídica, no caso do Testemunho e engloba posteriormente todas as áreas dessa Psicologia. Traz também as questões atuais da Psicologia Jurídica, citando exemplos de quando se deve recorrer a esta área. Consideramos esse site útil para estudantes e pesquisadores por ter um conteúdo mais específico para a área.

A Importância da Psicologia Jurídica Para O Direito

http://www.slideshare.net/thiagodv/a-importncia-da-psicologia-jurdica-para-o-direito
A Importância da Psicologia Jurídica Para O Direito

Site criado pelos alunos Alexandre Marçal, Amanda Nielsen, Amanda Marques, Janyara Jerônimo, Laísa Barbosa, Raphaela Vanessa, Thiago Veras, do curso de Direito, mas infelizmente não citaram a instituição. O site traz uma sequência de slides a respeito da relação entre Psicologia e Direito, e destacando a grande importância da psicologia dentro da área Judicial. Material bastante criativo e explicativo, fornecendo informações importantes para o entendimento da função do psicólogo jurídico.

Psicologia Jurídica e Psicologia Forense – A violência Familiar e a atuação do Psicólogo Jurídico ou Psicólogo Forense

http://www.psicologiananet.com.br/psicologia-juridica-e-psicologia-forense-%E2%80%93-a-violencia-familiar-e-a-atuacao-do-psicologo-juridico-ou-psicologo-forense/1205/
Psicologia Jurídica e Psicologia Forense – A violência Familiar e a atuação do Psicólogo Jurídico ou Psicólogo Forense

Este site apresenta o valor de um psicólogo jurídico e principalmente a função deste profissional dentro do contexto familiar. Trata de questões que estão em grande evidencia atualmente, como por exemplo, a violência familiar. Possui uma linguagem clara e de fácil entendimento, podendo ser compreendido por áreas não tão específicas, abrangendo um público maior. Criado por Beatriz Oliveira, Joel Souza e Paulo Freitas o site conta com mais de 90 categorias diferentes que envolvem a Psicologia em geral.

Psicologia Aplicada ao Direito de Família

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2740
Psicologia Aplicada ao Direito de Família

O material deste site foi elaborado por Jones Figueiredo Alves, desembargador do tribunal de justiça de Pernambuco e assessor jurídico da Comissão Especial de Reforma do Código Civil. Ele defende a interdisciplinaridade científica para as questões de Direito de Família, e dá maior ênfase ao psicólogo clínico-jurídico ou psicólogo jurídico. Apresenta as principais linhas deste trabalho de uma maneira muito bem detalhada. Linguagem um pouco complicada, com alguns termos jurídicos que dificultam o entendimento. Ótimo site, principalmente para estudantes que buscam novas informações a respeito desse tema.

Núcleo de Psicologia Criminal

http://nucleopsi-criminal.blogspot.com/
Núcleo de Psicologia Criminal

Blog criado por um grupo de Psicólogos Criminais, Sociólogos e Jornalistas com o objetivo de abrir as portas a esta estranha e fascinante realidade da Psicologia. Contém relatos e testemunhos de crimes e pessoas envolvidas direta e indiretamente nos crimes. A liberdade dada a um criminoso e suas consequências. A maioria dos exemplos citados são do exterior. Linguagem simples e explicativa.

Caminhando pela Psicologia

http://caminhandopsicologia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1194181631
Caminhando pela Psicologia

Este site abrange em um todo a Psicologia Criminal, inicialmente com uma introdução a Psicologia Jurídica, discute qual a formação de um psicólogo criminal. No desenvolvimento do trabalho o autor tenta definir quais são os fatores que levam a cometer um crime. Como se transforma a relação sociocultural na personalidade deste indivíduo.
(Sem nome do autor do site)

Psicologia Criminal

http://www.slideshare.net/sergiomorais7/psicologia-criminal
Psicologia Criminal

Nesse Site encontramos um vídeo muito esclarecedor e interessante, vem abordando as principais dúvidas dentro da Psicologia Criminal. O que é ela, qual a ajuda de Psicólogos Criminais dentro das investigações, quais as competências de um Psicólogo Criminal, a personalidade de um criminoso. Traz “à tona” alguns exemplos da Síndrome de Estolcomo, onde a vítima cria laços afetivos com o seu seqüestrador. Elaborado por Cátia Martins, estudante.

Pensando a violência a partir da experiência de trabalho em um programa de atenção a vítimas de violência

http://www.petpsicologiaufes.com/Anais/pdf/pensando_a_violencia.pdf
Pensando a violência a partir da experiência de trabalho em um programa de atenção a vítimas de violência

No site www.petpsicologiaufes.com, desenvolvido pela UFES – PET Psicologia (Universidade Federal do Espírito Santo), serão encontrados diversos anais, em específico o “II Congresso capixaba de Formação e Atuação do Psicólogo”, em que são apresentados os resumos de todos os trabalhos expostos no Congresso, como o especificado na página acima, em que discute um programa desenvolvido por uma organização não governamental para apoio a vítimas de violência.

Mesa redonda 17 anos do Estatuto da Criança e do adolescente: a psicologia promovendo o ECA

http://www.crpsp.org.br/crp/midia/cadernos_tematicos/3/frames/fr_mesa_lucia.aspx
Mesa redonda 17 anos do Estatuto da Criança e do adolescente: a psicologia promovendo o ECA

Esta página faz parte do site do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, onde serão encontrados diversos textos sobre as abordagens da psicologia, e especificamente nesta página encontra-se uma Mesa Redonda: 17 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, a Psicologia promovendo o ECA, com os palestrantes: Cláudio Hortêncio Costa; Maria Ângela Santa Cruz e Débora Cristina Fonseca, onde é discutido as novas abordagens na infância e adolescência a partir da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, sob a ótica do Direito e da Psicologia.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Psicologia Jurídica


Quando se fala de psicologia jurídica, a primeira imagem que vem em nossas cabeças é do “doutor” que tenta entender uma mente criminosa, ou que atue apenas junto aos presos, porém a psicologia jurídica vai além disso. Ela é a área da psicologia que está em correlação com Direito, tanto nas questões teóricas como práticas.

O objeto de estudo da psicologia jurídica, assim como toda a psicologia, são os comportamentos que ocorrem ou que possam vir a ocorrer, porém não é todo e qualquer tipo de comportamento. Ela atua apenas nos casos onde se faz necessário um inter-relação entre o Direito e a Psicologia, como no caso de adoções, violência doméstica, novas maneiras de atuar em instituições penitenciarias, entre outros.

A Psicologia Jurídica tem que ver tudo de um ponto de vista jurídico? Não, muito pelo contrário, ela tem que transcender tal visão e observar o problema por um ponto de vista psicológico. Não se pode haver uma estagnação neste tipo de relação. Deve repensar se é possível responder, sob o ponto de vista psicológico, a todas as perguntas que lhe são lançadas. Nesses termos, a questão a ser considerada diz respeito à correspondência entre prática submetida e conhecimento submetido. Um se traduz no outro.

I – Setores mais tradicionais da Psicologia Jurídica. A cada setor, seguem os temas dos trabalhos apresentados.

Psicologia Criminal
Psicologia Penitenciária ou Carcerária
Psicologia Jurídica e as questões da infância e juventude
Psicologia Jurídica: investigação, formação e ética
Psicologia Jurídica e Direito de Família
Psicologia do Testemunho
Psicologia Jurídica e Direito Civil
Psicologia Policial/Militar

Fonte: http://www.psicologado.com/site/atuacao/psicologia-juridica/psicologia-juridica